Misto Quente – Charles Bukowski


Se você quer ler sobre o submundo de Los Angeles, sobre prostitutas feias, bêbados profissionais, mulheres loucas, trabalhos malditos e mal remunerados, cerveja, pobreza e falta de perspectiva, então você acaba de encontrar o seu livro favorito. Misto Quente, de Charles Bukowski retrata bem esse submundo de forma irônica, com um humor simples e apimentado. É sobre sua infância e inicio da juventude que Bukoswski fala em seu livro relançado a pouco tempo no Brasil pela LePM POCKET.
Esta obra, assim como quase toda do autor, é praticamente autobiográfica, escrita na primeira pessoa, e de leitura fácil que parece que alguém esta lhe contando uma boa história. Assim que você ler Misto Quente vai sair correndo em busca de todos os outros livros do autor. Pode ter certeza que é um livro melhor que o outro. Difícil é decidir qual o favorito. Quem não tem saco pra ler um livro inteiro, recomendo as coletâneas de contos, leituras rápidas, pra ler durante o café da manhã.
Apesar de falar sobre o mundo bizarro, Bukowski é sempre muito humano e seus textos tem boas reflexões e tiradas muito engraçadas. Os assuntos são bem cotidianos e variam muito. Ele fala tanto de problemas mundiais quanto sobre prostitutas com mais de 100 kilos, sempre de uma forma simples de se falar, mas divertida e com boas idéias. Tenho certeza que o velho safado vai te conquistar.

POKEMON RADICAL !!!

A foto “Desafio a Gravidade” de Maurício Soares “pokemon” foi escolhida dentre as melhores do 14º Salão Municipal de Fotografia, promovido pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. De acordo com Lia Barradas, coordenadora de Cinema, Vídeo e Fotografia da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, o Salão contou com a participação de 80 fotógrafos, com 348 fotografias inscritas, cerca de 30% a mais que em 2007.
Dos trabalhos inscritos, foram selecionadas 98 para compor a exposição. As cópias fotográficas selecionadas, além de todo o material que será exposto, farão parte de exposições itinerantes que percorrerão os teatros administrados pela FCMC, escolas públicas e particulares da capital, faculdades e universidades. Em seguida, as imagens serão arquivadas e passarão a fazer parte do acervo da Fundação Monsenhor Chaves, para servir de fonte de pesquisa e aumentar o acervo da memória de Teresina.
Para conferir mais fotos de Maurício “Pokemon” à http://www.flickr.com/photos/mauriciopokemon

Umbanda: o Espiritismo carregado de cultura afro-brasileira

Graças à mistura da cultura afro com costumes indígenas, candomblé, o sincretismo religioso com o catolicismo e explicações do espiritismo de Allan Kardec recém-importado da França, nasceu essa nova religião: a umbanda.

Trazida ao Brasil pelos escravos que vieram da África, a religião possui um sincretismo com os santos do catolicismo devido a grande força que a igreja católica tinha na época. Os escravos desejavam cultuar seus deuses (chamados de orixás), mas eram castigados e perseguidos pelos católicos. Foi então que resolveram fazer um sincretismo de seus deuses com os santos da igreja dominante. Assim, quando um escravo rezava na frente de uma imagem de um santo católico, na verdade, estava cultuando um de seus deuses representado por tal imagem. Oxalá, por exemplo, autoridade suprema da umbanda, é representado pela imagem de Jesus Cristo (geralmente sem a cruz).Assim a religião foi ganhando força.

Pai Zélio Fernandino de Moraes foi quem registrou em cartório a primeira tenda umbandista em 1908, a Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade que ficava em sua casa, após ter incorporado o “Caboclo Sete Encruzilhadas” pela primeira vez no dia 15 de novembro deste ano, data considerada a de nascimento da religião.

Espalhada por vários países como Argentina, México, EUA, Canadá, Suíça, França, Portugal, Áustria, Itália etc., a umbanda não possui um livro sagrado e autoridades eclesiásticas, cada terreiro (onde acontece o culto aos orixás e as “giras”, sessões em que os médiuns incorporam espíritos e atendem o público) é independente para ditar suas próprias regras. Dependendo da “casa”, o ritual pode ser mais espírita, mais indígena ou mais do candomblé. Pode ter imagens de santos, orixás ou nenhuma. Pode ter álcool, fumo, percussão ou pode ser proibido.

A umbanda divide suas entidades (espíritos que se manifestam nas giras) em dois campos energéticos, o da direita e o da esquerda. Na direita estão os espíritos de luz, evoluídos que pregam e realizam o bem que são os caboclos, preto-velhos, etc.E na esquerda, estão os espíritos que operam no bem mas também no mal, muitas vezes dito como “mal necessário”, ou não, como os exus e as pomba-giras.O culto dos espíritos de esquerda antes era tratado de forma separada, participando apenas da quimbanda, que hoje, já faz parte abertamente da umbanda.

Ao contrário do que se pensa candomblé e umbanda não são a mesma coisa, no candomblé, são os próprios orixás que incorporam, enquanto que na umbanda eles são apenas cultuados e incorporam os “espíritos de luz”, já citados anteriormente.
Em 2004, em São Paulo, foi fundada a Faculdade de Teologia Umbandista, onde há aulas de filosofia, biologia espiritual, botânica, administração templária e até oficina de percussão. Apenas não se ensina a receber espíritos já que isso é visto pela umbanda como uma questão de destino kármico.

Texto: Sarah Teles – 5º Jornalismo – e-mail: sarahteles@gmail.com

Como é bom estar com você!

Sou a favor das inovações tecnológicas, adoro meu celularzinho e abro diariamente minha caixa de e-mails. Uso Orkut, MSN, mantenho dois blogs e colaboro com outros tantos. Aliás, é uma atividade que acho prazerosa, principalmente pela facilidade de poder postar meus textos a qualquer hora e em qualquer lugar. Até aí, nada de anormal: sou jornalista e adoro escrever. Mas não consigo entender como algumas pessoas vivem em função dessas coisas e como ficam malucas se passam um diazinho sequer sem visitar as páginas da internet.
Ontem mesmo vi na página de um badalado restaurante de Teresina o mais novo serviço oferecido aos seus clientes: acesso à internet via conexão wireless. Uma tendência crescente, aliás. Na minha opinião, é mais uma ferramenta para atrair pessoas que, nem mesmo na hora da refeição ou do happy hour com os amigos, consegue deixar o notebook desligado e conversar um pouco entre um gole e outro ou, simplesmente, comer. Fico pensando onde vamos chegar com isso.
Hoje em dia, é uma missão quase impossível conversar longamente com alguém sem ser interrompido pelo toque do celular ou por um “preciso ver um e-mail urgente, me dá um minutinho?”. Sem falar que essa atitude muitas vezes atrapalha o raciocínio, corta palavras ao meio e deixa o outro com cara de paisagem. Chato, não? Muitas pessoas não conseguem diferenciar acessibilidade de vício. E, cá pra nós, precisamos mesmo estar conectados a todo instante com o mundo virtual?

Venho de uma família que faz as refeições com todo mundo junto, que se reúne para rir de histórias, para comentar o dia-a-dia de cada um ou apenas para usufruir do prazer que é estar perto de gente. Modernidade é muito bom, mas acredite: nenhum aparato tecnológico jamais substituirá o contato físico, o calor de um abraço, a risada ao vivo e em cores, o olhar nos olhos e dizer: “como é bom estar com você”.

Imagem: Quadro “Persistência da Memória” – Salvador Dali

2º Encontro da Ulepicc-Brasil

Entre os dias 13 e 15 de agosto de 2008, o Capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (ULEPICC) realizará seu 2º encontro nacional, sediado pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP em Bauru-SP.
O Encontro contará com pesquisadores de renome internacional e a conferência de abertura será ministrada pelo presidente da Ulepicc Internacional, Prof. Dr. Luis Albornoz, docente da Universidad Carlos III de Madrid que falará sobre o tema do evento “Digitalização e sociedade”.
Mais informações em:www.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/eventos/ulepicc2008
Fonte: Direito a Comunicação

Madrugada

Por: Rosa Magalhães (rosammagalhaes@hotmail.com)
Porque a vida é intensa, é quente, é infinitamente doce, escrevo.
Escrevo e grito e digo que tudo o que faz bem é sagrado, é santo, é puro.
E porque a madrugada é leve, é inspiração, escrevo.
E dito o que meu coração diz, o que meu corpo pede, o que a alma necessita.
Escrevo e sinto, e adoro, e sinto saudade.
Porque toda emoção deve ser escrita, e registrada, e soprada aos quatro ventos.
Escrevo.
Sinto.
Sinto muito.
Sinto longe.Sinto tudo.
Sinto o tempo…
Pra que tempo?
O tempo sempre sopra a favor.
E amadurece.
E faz lindo o que sempre foi e sempre será… tudo.
* A imagem é do quadro de Salvador Dalí – Estudo de cabeça, segundo “Giuliano di Medici” de Michelangelo, 1982Óleo sobre tela75 x 75 cmFigueras, Fundação Gala-Salvador Dalíoferecido por Dali ao Estado Espanhol

Comunicação ou Uniformização Social?

Por: Marina Lima (fadinhamarina@hotmail.com) – 4º Período Publicidade

É interessante pensarmos na diversidade (principalmente cultural) do nosso planeta, ainda mais se pensarmos nessa diversidade no atual estado de globalização da nossa sociedade. Mais interessante ainda é vermos que, principalmente a mídia que gosta tanto de salientar as belezas e maravilhas das diferenças étnicas e culturais é a maior responsável pela uniformização da cultura.

Outra questão interessante dessa “nova ordem” é algo também bastante contraditório. Fala-se em uma atual Era da Informação. Mas que informação? Na verdade nunca fomos tão desinformados quanto ao que acontece ao nosso redor.

As notícias nos chegam a uma enorme velocidade, mas só as notícias que interessam ser informadas. Como Eduardo Galeano fala em seu texto A Caminho de uma Sociedade da Incomunicação?, “O número daqueles que têm o direito de escutar e de ver não cessa de crescer, ao passo que se reduz vertiginosamente o número daqueles que têm o privilégio de informar, de se exprimir, de criar”. Vemos a todo instante nos canais de Televisão, nas rádios e nos jornais, as mesmas notícias sendo incessantemente repetidas.

Os holofotes da mídia se voltam para aqueles que se dão melhor com as câmeras, geralmente os artistas, ricos e milionários. Qual a pessoa que sendo um anônimo na multidão pode expressar sua opinião livremente em um dos meios de comunicação? Um exemplo melhor: quantos estudantes de jornalismo recém formados saem da faculdade com excelentes idéias e projetos que não passam do papel porque não se encaixam no perfil da emissora, ou não alcançaria a audiência necessária para manter-se no ar, ou porque não há anunciantes interessados em patrociná-lo.
A concorrência atual, não se baseia em quem informa melhor, mas em quem explora mais a informação até o último detalhe. A palavra “exclusivo” nunca foi tão utilizada pelo jornalismo como na cobertura (da novela jornalística) do caso Isabella.
A mídia tornou-se um mercado onde a maior preocupação é vender para os consumidores que antes já foram espectadores. O Capitalismo necessita se expandir, e encontrou uma forma simples e eficiente nos meios de comunicação. Tudo isso reflete diretamente na nossa economia, outro fator de desigualdade que nos salta aos olhos. Sabe-se que a cada ano o abismo existente entre ricos e pobres em todo o mundo cresce a números alarmantes.

Abismo cada vez mais cultivado pelos meios de comunicação, que criam uma espécie de simulacro da realidade através de sua publicidade com famílias felizes e sorridentes vivendo harmoniosamente em belas casas com ar puro e limpo, e com o jornalismo das estrelas, que apresenta famosos e suas vidas interessantes o que eles gostam de ler, de comer e suas expectativas para o futuro, é a essa atmosfera lúdica a que a filósofa Marilena Chauí chama de “destruição da esfera pública”, quando os meios de comunicação esquecem que sua função principal e primordial é comunicar, ou seja, informar e passam a disseminar opiniões e sensações, gostos e preferências.
Assim, quem não está inserido neste mundo criado pela mídia juntamente com o capital, não entende o que se passa e fica a parte da sociedade, já que “você é aquilo que tem”. Nunca nos perguntamos por que não sabemos o que se passa nos países africanos, por exemplo. Talvez porque a mídia já tenha nos mostrado que esse tipo de informação não influenciará em nada nossa vida, ela incomoda, é desagradável e, portanto não nos interessa. Passamos a nos esquecer dos princípios morais que aprendemos desde pequenos.

Não se mais limites nos acontecimentos. Porque um o assassinato de uma menina pelo pai e pela madrasta ricos em São Paulo causa comoção nacional e um estupro seguido de assassinato de uma menina pelo padrasto em Teresina fica restrito à cidade onde ocorreu? Porque não condenamos um jogador de futebol famoso que dirige embriagado e condenamos um anônimo que faz a mesma coisa? Nossa noção das coisas está deturpada.
Disso tudo podemos tirar a grande influência e responsabilidade da mídia perante a sociedade. De tanto ouvirmos falar em mundo subdesenvolvido, aprendemos a acreditar que somos realmente inferiores aos americanos e europeus. Temos também de aprender o que devemos absorver e o que devemos descartar de tudo o que nos é empurrado, já que na maioria das vezes ou sempre, não podemos expressar nossas opiniões na mesma proporção em que a “opinião modelo” chega até nós. Como afirma Eduardo Galeano, não devemos nos convencer com os meios de comunicação, ainda há esperança.