Como é bom estar com você!

Sou a favor das inovações tecnológicas, adoro meu celularzinho e abro diariamente minha caixa de e-mails. Uso Orkut, MSN, mantenho dois blogs e colaboro com outros tantos. Aliás, é uma atividade que acho prazerosa, principalmente pela facilidade de poder postar meus textos a qualquer hora e em qualquer lugar. Até aí, nada de anormal: sou jornalista e adoro escrever. Mas não consigo entender como algumas pessoas vivem em função dessas coisas e como ficam malucas se passam um diazinho sequer sem visitar as páginas da internet.
Ontem mesmo vi na página de um badalado restaurante de Teresina o mais novo serviço oferecido aos seus clientes: acesso à internet via conexão wireless. Uma tendência crescente, aliás. Na minha opinião, é mais uma ferramenta para atrair pessoas que, nem mesmo na hora da refeição ou do happy hour com os amigos, consegue deixar o notebook desligado e conversar um pouco entre um gole e outro ou, simplesmente, comer. Fico pensando onde vamos chegar com isso.
Hoje em dia, é uma missão quase impossível conversar longamente com alguém sem ser interrompido pelo toque do celular ou por um “preciso ver um e-mail urgente, me dá um minutinho?”. Sem falar que essa atitude muitas vezes atrapalha o raciocínio, corta palavras ao meio e deixa o outro com cara de paisagem. Chato, não? Muitas pessoas não conseguem diferenciar acessibilidade de vício. E, cá pra nós, precisamos mesmo estar conectados a todo instante com o mundo virtual?

Venho de uma família que faz as refeições com todo mundo junto, que se reúne para rir de histórias, para comentar o dia-a-dia de cada um ou apenas para usufruir do prazer que é estar perto de gente. Modernidade é muito bom, mas acredite: nenhum aparato tecnológico jamais substituirá o contato físico, o calor de um abraço, a risada ao vivo e em cores, o olhar nos olhos e dizer: “como é bom estar com você”.

Imagem: Quadro “Persistência da Memória” – Salvador Dali

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